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Caros leitores, relutei muito em retomar a abordagem político-econômica para este texto que agora escrevo, olhando pela janela do meu escritório na região da Avenida Paulista o caldeirão em fogo constante e ameaçando ferver a qualquer momento, por conta do atual panorama. Foi então que concluí ser impossível no momento escapar a essa pulsão, e decidi me render.
E não é com lamento que vejo a sociedade civil acordar da apatia na qual se enfiou em anos recentes, alimentada em seus sonhos (e em muitos devaneios brazuca-megalômanos é verdade) e em suas geladeiras e contas bancárias, por conta de um ciclo econômico e político sem sustentação e que agora se extinguiu, nos mandando a fatura com juros, correção monetária e elevação das taxas tributárias. A vida é assim – e a história está aí para comprovar – maluquices ideológicas de esquerda e de direita sempre terminam em frustração, pesar e arrependimento. Contudo, o aprendizado fica, e aprender com isso é uma obrigação.
Porém dessa nossa sociedade tão multifacetada, que os ideólogos de plantão tentam a todo custo rotular como “a elite”, ‘a burguesia”, “os trabalhadores”, “a elite branca”, “a voz das ruas”, “o povo” etc. etc pinça-se um grupo (como tantos outros) que caracterizam o ambiente empreendedor.
Eles estão presentes em todas as classes sociais, mas de uma maneira geral compram riscos, e assumiram um modo de vida onde são os próprios geradores dos meios que resultam no seu sustento ou acúmulo de capital. Mais do que isso, enfrentam o holocausto burocrático no qual o nosso ambiente de negócios se transformou, dão como quase certo a derrota em quase qualquer ação trabalhista que contra eles seja movida, e ainda precisam conviver bem humorados com os estigmas ideológicos (ah me esqueci, precisam participar também de iniciativas sócio-ambientais voluntárias, mesmo que o negócio ocupe uma sala de apenas vinte metros quadrados). Em resumo, essa gente rala – e sem reconhecimento – mas talvez estejam atuando sem perceber, fortalecendo as iniciativas dos seus próprios algozes, ao não se organizarem.
Sabemos que uma democracia moderna, sólida, próspera e madura depende da atuação equilibrada de todas as forças que politicamente podem se expressar, e se uma destas forças se cala, o conjunto todo se subtrai com o benefício do contraditório desaparecendo. Assim, um empresariado desarticulado tende a permanecer em cima do muro (sim existe uma legião de insatisfeitos e indignados), e sem coesão sofre a diluição dos seus pleitos, que de maneira geral, podem apostar, converge totalmente com a linha da razoabilidade desejada pela esmagadora maioria da população (aqui sem rótulos), ou seja, viver em paz, com liberdade, credores dos serviços públicos que devem se obrigar a ser bons diante da carga tributária exorbitante que pagamos, com instituições fortes que nos protejam de absurdos, maluquices e experimentos ideológicos dogmáticos, e com isso prosperar e fazer prosperar.
Trata-se portanto de uma força política adormecida, ainda em apatia, com setores importantes caindo nas garras da cooptação do poder estatal (esse último acaba sempre dando em cadeia ou em noites mal dormidas regadas a tarjas pretas), tendo que suportar a bota regulatória cada vez mais hostil, impostos opressivos e uma economia por vezes tocada por ineptos condutores de experimentos.
O contrário, resultaria em normalidade, estabilidade, mantendo lubrificadas as engrenagens do pendulo democrático, maior bolo de riqueza a se distribuir pelo trabalho e certamente dias mais amenos.
Até o próximo.
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